Escrito por Federico
Amory(*)
A grande maioria dos empresários sonha com
crescimento e expansão dos negócios, seja através de novas regiões, novos produtos, mais
clientes, novas parcerias, aquisição de outros negócios, etc.; mas poucos
consideram a seguinte pergunta: a empresa está preparada para esse crescimento?
Temos visto algumas empresas fecharem suas portas e outras chegarem a beira do
abismo, por não se fazer esta simples pergunta: a organização está preparada
para crescer?.
É muito comum o(a) empresário(a) ficar muito
empolgado quando consegue um grande cliente, ou um crescimento considerável em
vendas, iniciando imediatamente algumas mudanças internas, novas contratações e
até talvez solicitando um novo empréstimo para o banco, para atender a nova
demanda. . . e para por ai.
É justamente ai que inicia o corre corre, e por
consequência, não dá mais para parar e planejar, muito menos para se fazer a
pergunta acima.
É lamentável, mais ainda tem alguns consultores,
escritores e mestres de gestão que orientam seus clientes e alunos para se
focar em alguns requisitos para o almejado crescimento, como divulgar a empresa
ou produtos, observar as tendências do mercado,
definição de metas, construir um diferencial, etc.; mas muito raramente
se fala sobre as condições básicas necessárias para esse crescimento – o que é
preciso construir ANTES?. Que mudanças (ou melhorias) são necessárias na
organização para sustentar esse crescimento?
Em alguns casos, o empresário percebe que está
arriscando tudo o que até ai conquistou e mesmo no meio da confusão, procura
profissionais experientes ou empresa de consultoria, para lhe ajudar a cumprir
com os compromissos assumidos, da melhor maneira possível, sem prejudicar a
estabilidade da empresa.
Em outros casos, e principalmente quando o
empresário tem aversão ao planejamento e às mudanças, não tem como evitar o
pior, onde mais cedo o mais tarde, a empresa vai sucumbir e esses trabalhadores
vão ficar sem emprego. Se por acaso você está pensando que estou exagerando,
procure na Internet as pesquisas realizadas periodicamente pelo Sebrae, Serasa
entre outros, quanto a mortalidade das empresas no país. Alguns falam que está
diminuindo, mas não é isso que nós temos observado.
Você já viu o crescimento imediato de uma
semente, para depois criar raízes? ou então já viu construir a sala, os
quartos, o banheiro primeiro; para depois construir os alicerces? é claro que
não. Mas muitas organizações são criadas assim – “vamos vender primeiro para
depois organizar e planejar” é o sentimento que predomina. No crescimento é a
mesma situação, a empresa não tem como evoluir de um determinado nível de
produtividade para outro superior, se não estiver preparada para isso. E o que
significa estar preparado para o crescimento?, significa ajustar os processos,
as pessoas, o caixa (custos e controles financeiros), sistemas de informação,
produtos e serviços, a infraestrutura, etc. E aqui não existe um mais
importante que os outros, todas estas “engrenagens” são importantes. Algumas
devem ser trabalhadas sequencialmente, outras podem ser executadas
simultaneamente – é por isso que o conhecimento e a experiência em gestão
organizacional jogam um papel fundamental na sustentabilidade de um negócio. A
prática é importante, mas se for sustentada com conhecimento, se torna
imbatível, e esta importância vem ganhando cada vez maior peso, depois das
décadas de 1970 / 1980.
O crescimento é bom e necessário, pois do
contrário, sua empresa vai ser passada para trás, vai perder participação no
mercado e a sua imagem pode sair prejudicada, com certeza, mas faça isso dando
um passo de cada vez. Crescer sem correr riscos é praticamente impossível, mas
pode faze-lo, com melhor conhecimento do que está fazendo, dosando e
equilibrando a sua participação. As vezes dar uma pequena freada e analisar os
recursos disponíveis, assim como, observar como reage o mercado às crescentes
mudanças, pode ser uma boa estratégia. Não estou falando em desestimular a
criatividade e as inovações, elas são necessárias também, estou falando em
observar e se perguntar por exemplo:
1) A - minha empresa conta com as pessoas
(habilidades e competências) necessárias para dar conta dessa nova
demanda?
2) – A diretoria sabe qual foi o resultado
operacional da empresa, se deu lucro ou prejuízo e de quanto?
3) – A diretoria conhece seus custos fixos e
variáveis e quanto é atualmente seu ponto de equilíbrio?
4) - Sabe quanto está perdendo por mês, por
conflitos pessoais e de processos por indefinição de funções, responsabilidades
e por problemas de comunicação?
5) - Sabe quanto está perdendo por mês, por
desperdícios e re-trabalhos?
6) -
Conhece o custo real por recrutamento, seleção e admissão de pessoas erradas,
pela rotatividade de pessoal, pela incoerência na classificação de cargos e
salários e pela desmotivação geral?
7) – No caso de industria, existem dados reais
dos custo e da produtividade por centro de custo, por turno, por máquina?
8) - Existem melhorias permanentes nos processos
operacionais / logística, assim como a liverdade para criar e inovar?
9) - Conhece qual é o custo do seu estoque de
matéria prima e quanto isto representa na rentabilidade da empresa?
10) - As compras estão sendo realizadas
corretamente, ou seja, o material certa, na hora certa, no fornecedor certo e
na quantidade certa?
11) - O cálculo da sua margem de lucro bruto / líquido está correta?
12) - O custos e controles da frota de veículos
estão corretos?
13) - A oferta de produtos e serviços está de
acordo às necessidades do mercado?
14) - Existem metas, políticas e estratégias
claramente definidas para todos na empresa, com seu respectivo sistema de
reconhecimentos e incentivos?
15) - Seus clientes estão satisfeitos
(realmente) com a qualidade e o serviço que recebem?
16) - O líder principal, demonstra respeito e
interesse autêntico pelos funcionários?
17) - A Qualidade para ser real, tem que ser
medida. Na sua empresa, existe indicadores de desempenho ou a mensuração
necessária para avaliar as melhorias?
18) - No caso de empresa familiar, existe uma
governança estabelecida, um conselho de família e de administração e um plano
de sucessão; que estabeleça as principais diretrizes de trabalho e de
crescimento?
Não permita que o mercado determine o que fazer,
quando fazer, com quem fazer, atuando reativamente . Você e sua equipe, podem
planejar o seu crescimento – atuando proativamente. As oportunidades estão por
ai, inclusive passando pela sua frente, mas você deve ter a capacidade de
enxerga-las a tempo, para converte-las em oportunidades viáveis de serem
aproveitas pela sua organização, sem colocar sua patrimônio em alto risco.
Resumindo, a orientação do autor deste artigo é crescer sim, mas com segurança.
Caso precise de ajuda, pode contar com nossa expertise.
(*) Federico
Amory